quinta-feira, 21 de abril de 2016

Às vezes ... | Sometimes ...

As usual, the english version is located at the bottom.

 Às vezes todos nós esmorecemos. Perdemos o foco nas razões pelas quais devemos continuar vivendo. Sentimos que a nossa vida não resultará em nada. Ou pior, que resultará somente em algo ruim. Para pessoas que estão passando por um período difícil de suas vidas isto é particularmente fácil de acontecer. Às vezes, o suicídio parece uma alternativa viável, fácil e rápida de resolver todos os problemas.

Conforme eu já mencionei anteriormente aqui a vida de um pedófilo não é fácil. Eu disse neste artigo o seguinte:

Imaginem o quão confusos devem ser os pensamentos de uma pessoa que chega aos seus 15 ou 16 anos e finalmente percebem que sentem atrações por pessoas muito mais novas do que eles. Por crianças pequenas. Agora pensem em tudo que vocês acreditem sobre um pedófilo (de que são monstros, pervertidos, que deveriam ser mortos, que deveriam ser trancafiados. Mesmo sem terem feito nada na maior parte das vezes). Como uma pessoa, um adolescente, deve se visualizar e se entender quando tudo que lhe foi dito enquanto crescia era: "Cuidado com pedófilos que querem te machucar! Se encontrar um monstro destes corra e peça ajuda!". Este adolescente finalmente percebe que ele é um monstro se ele seguir essa lógica.

Muitas vezes isto leva a depressão profunda, desejos suicidas, paranoia constante, afastamento das pessoas em volta dela. Uma doença condição que já isola a pessoa, naturalmente, da maior parte da sociedade tem como consequência que esta mesma pessoa escolha se afastar mais ainda de amigos e família. Gerando um sentimento de rejeição e abandono muito forte.

Não é incomum descobrir que muitos pedófilos tentaram cometer suicídio. Alguns na idade de 14 a 16 anos. Pode ser difícil imaginar o que um adolescente dessa idade deve sentir para tentar cometer algo tão ruim. O sentimento de ódio contra si mesmo, nojo, raiva. O sentimento de isolamento por acreditar que revelar o que pensa e senta pode levar a rejeição de sua família e amigos. Do medo que alguém descubra e espalhe a notícia. 'Fulano(a) é pedófilo(a)'. De que suas vidas terminaram antes mesmo de começar
Estes parágrafos em especial são muito importantes porque o que foi descrito neles me foi confirmado ontem à noite. Eles foram confirmados por uma pessoa, um pedófilo, que estava prestes a cometer suicídio. Não somente isso mas esta pessoa também queria cometer automutilação como uma forma de castigo. Um castigo por ele ser um pedófilo e ter atração sexual por crianças.

Eu já havia conversado com essa pessoa anteriormente. Ele é uma boa pessoa, apesar de um pouco teimoso, mas inteligente e interessante. Cursando a universidade e, até onde é possível se imaginar, com uma boa vida a sua frente. Entretanto eu havia descoberto anteriormente que ele já havia tentado se matar no passado. Que também já havia se machucado devido às mesmas questões de ontem (pedofilia).

Tendo eu mesmo tentado cometer suicídio aos 15 anos de idade, devido a minha condição, eu conseguia entender perfeitamente os sentimentos dele. Além disto consigo ter empatia com ele devido a minha depressão e vontade, ocasional, de cometer suicídio. No caso dele, no entanto, existiam duas fontes para a sua angústia e desespero:

  1. Ele não conseguia aceitar a sua atração sexual por crianças. Ele se considera um monstro (isto soa familiar?) por ter estas atrações. 
  2. Ele não conseguia imaginar como seria caso um dia a sua família descobrisse. Ele possui um grande medo de se tornar uma decepção para seu pai (principalmente) e sua mãe. Assim como medo de ser abandonado por eles devido as suas atrações. 
Vejam, ao se descrever dessa maneira (como um monstro) e revelar os seus medos (rejeição e abandono por seus pais) eu não conseguia parar de reconhecer as semelhanças com os sentimentos de vários outros pedófilos que eu já encontrei. Na verdade, não conseguia parar de reconhecer as semelhanças comigo mesmo a alguns anos atrás.

Eu consigo entender a aversão natural que as pessoas sentem ao ouvirem alguém falar sobre sentir atrações por crianças. Eu entendo que não é um assunto fácil de ser discutido e que é algo polêmico. Entretanto o assunto é uma realidade. Pessoas atraídas sexualmente por crianças também são um fato. Logo, a recusa em lidar com o assunto, de uma maneira racional, somente traz malefícios.

Por que malefícios? Bem, primeiramente porque, ao evitarmos este assunto, corremos o risco de manter crianças em risco de serem abusadas. Conforme mencionado aqui a maioria dos abusadores de crianças (em torno de 80%) não são pedófilos. O que significa, por exclusão, que em torno de 20% são pedófilos. Estes pedófilos, caso tivessem tido a oportunidade de buscar ajuda e compreensão, poderiam ter evitado o crime cometido. Isto significaria várias crianças que não teriam sido abusadas.

O segundo malefício em não discutirmos a pedofilia abertamente é que existem várias pessoas com esta condição sofrendo com isto. Parece fácil termos simplesmente ódio e aversão por elas e uma total falta de empatia. Mesmo com esta falta de empatia é um fato, inquestionável, que elas são pessoas com sentimentos e que muitas, especialmente no início de suas vidas, sofrem com depressão e outras condições.

Me parece, de uma maneira geral, que a discussão sobre pedofilia somente tem a agregar à sociedade, aos pedófilos e as crianças. Isto é, se for possível, que a sociedade consiga discutir isso de uma maneira calma e racional. Conversando online, como no Twitter, podemos ver diversas pessoas que se deixam tomar pela emoção e proferem os mais diversos tipos de impropérios para pedófilos. Mesmo aqueles que nunca fizeram algo de errado com uma criança na vida. Ou aqueles que o fizeram e não desejam repetir seu crime nunca mais.

Voltando ao caso do rapaz com quem eu conversava ontem à noite: uma coisa me ficou clara e, apesar de não me surpreender, me assustou. Ao perguntar, conforme eu já havia perguntado em outras ocasiões, por que ele se considerava um monstro a sua resposta foi: "Isto é algo que o meu pai sempre me disse. Ele é um advogado e sempre mencionava que pedófilos deveriam ser encarcerados por suas vidas todas ou mortos. Eles são monstros!".

Eu já entrei nesta questão de pedofilia na sua família anteriormente. Inclusive, isto que o pai deste rapaz disse, se encaixa perfeitamente aqui:

Pessoas como você normalmente tendem a expressar suas opiniões de uma maneira clara dentro da própria família. Eu imaginaria que você já falou, em outras ocasiões, que "pedófilos" são monstros e devem morrer. Logo, esse adolescente que poderia usar um conselho e ouvir uma palavra amiga não terá esse suporte. Possivelmente essa pessoa terá uma vida de conflitos e medo e depressão e tendência suicidas entre outros. Algo muito triste.
Realmente algo triste. Inadvertidamente o pai deste rapaz acabou por criar nele um padrão. Um padrão de ódio irracional direcionado aos pedófilos. Claro, o pai nunca iria imaginar que seu filho seria um pedófilo. Ainda assim ele acabou por criar um grande conflito interno dentro do seu próprio filho. Por um lado este rapaz acredita que está em um bom caminho (universidade) e que é uma boa pessoa. Ele sonha em se casar e ter filhos. Por outro ele sentia um grande ódio por si mesmo já que ele era um pedófilo.

Este ódio, herdado dos pensamentos e opiniões do pai, é uma das razões da tentativa de suicídio anterior e da vontade atual de cometer suicídio. Quantas coisas nós herdamos dos nossos pais? Além da genética, é claro. Nossas opiniões quando crianças são diretamente moldadas por eles. Quando atingimos a adolescência começamos a mudar algumas coisas mas não tudo. Logo, me parece possível que algumas das opiniões que temos hoje, como adultos, são heranças diretas das opiniões dos nossos pais.

Esta questão, a de conhecimento que nos é repassado por nossos pais ou a sociedade em geral, é essencial. Precisamos ter a percepção de que algumas noções e opiniões que nós temos são preconcebidas. Caso elas sejam nós deveríamos ser capazes de desafiar estas opiniões e formar as nossas próprias opiniões de maneira racional. De maneira que geramos mudanças na sociedade com este exercício.

A outra questão que trazia medo, angústia e depressão para o rapaz era o fato de que ele não acreditava nunca ser possível contar para os seus pais quem ele era na realidade. Principalmente devido a opinião do seu pai sobre pedófilos. Isto o levava a crer que qualquer pessoa não-pedófila nunca iria ser capaz de entendê-lo e aceitá-lo. De que todos teriam a mesma opinião de que pedófilos são monstros pervertidos.

Após uma longa conversa com ele na qual eu tentei que ele ligasse para algo similar a um CVV ou fosse na enfermaria da sua faculdade (ele mora nos Estados Unidos). Como ele não queria fazer ambas as coisas, por medo de acabarem descobrindo sobre a sua pedofilia, eu tentei convencer ele a ligar para um amigo. Ele decidiu ligar para uma amiga que o convidou para conversar em sua casa e ele se despediu de mim dizendo que iria à casa dela. Confesso que fiquei com medo, inicialmente, de que ele havia mentido e iria para algum lugar se matar. Infelizmente não havia nada que eu pudesse a fazer a distância.

No dia seguinte eu recebi uma informação muito bacana. A razão inclusive de ter escrito esse post. Este rapaz acabou se abrindo com aquela amiga com a qual ele passou a noite. Ele contou para ela sobre suas atrações e como se sentia um monstro por causa disso. A reação da amiga? Ela abraçou ele e disse que as suas atrações não são escolhidas, que ele não era um monstro por se sentir assim, que ele deveria se aceitar como ele é e dar continuidade a sua vida. Que ela acreditava que ele seria um ótimo pai no futuro e que ela não teria problemas para confiar nele para, um dia, que ele cuidasse dos filhos dela.

Pessoas como essa amiga são raras e talvez devido a isso são mais importantes de serem reconhecidas. Essa amiga fez o que eu, e muitos outros pedófilos, tem pedido: Teve um pouco de empatia e compaixão assim como teve a capacidade de desafiar o preconceito da sociedade em relação a pedofilia e a pedófilos. Pessoas assim devem ser celebradas e estimadas.

O que esse rapaz fez foi arriscado? Sim, foi. Ele não sabia como sua amiga fosse reagir. Caso ela tivesse uma reação ruim, e as chances eram maiores disto acontecer, ele provavelmente teria se matado. Entretanto ele teve a sorte (ou destino) de contar para alguém que teve a capacidade de ajudá-lo. De fazer com que ele se sentisse melhor em relação a si mesmo e a sua situação.

Este rapaz relatou depois que ouvir de uma pessoa na vida real o que muitos amigos virtuais diziam para ele fez uma grande diferença. No grupo de suporte que ele participa muitos outros pedófilos lhe diziam que ele não era um monstro, que ele não escolheu suas atrações sexuais e que ele deveria aprender a aceitá-las e continuar com sua vida. Entretanto para ele, que já tinha enraizado os preconceitos do pai, isto era muito difícil. Ouvir isto de alguém que ele gosta na vida real no entanto fez toda a diferença.

Agora uma vida foi salva ontem. Não pela minha intervenção mas pela intervenção desta amiga do rapaz. Claro, fico feliz de ter conseguido impedido ele de fazer algo no primeiro momento e que ele tenha desejado ir para a casa da amiga dele. No entanto, não posso deixar de atribuir a essa amiga a real razão dese rapaz estar vivo hoje. Esta amiga foi, verdadeiramente, uma amiga.

Como ela conseguiu isso? Eu já disse antes: empatia, compaixão e a capacidade de desafiar racionalmente os preconceitos da sociedade em relação a pedofilia e aos pedófilos.

E você? Poderia fazer o mesmo?

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English version

Sometimes…

Sometimes we all become despondent. We lose focus on the reasons why we should keep on living. We feel like our lives won’t amount to anything. Or worst, that it will only amount to something negative. For people that are going through a rough patch in their lives this can easily occur. Sometimes suicide seems like the only viable, easy and quick alternative to solve all our problems.

As I said before here the life of a pedophile is not easy. On that article I mentioned:

Imagine how confusing the thoughts must be inside someone who, having reached age 15, maybe 16, to finally realize they feel attracted to people much younger than they are. For little children. Now think about everything you believe about a pedophile (that they are monsters, perverts, they should be killed, and they should be locked for life, even when they haven’t done anything to justify that). How is someone, a teenager, supposed to think about themselves when all was told to him/her growing up was: "Watch out for pedophiles that want to hurt you! If you find a monster like them run and ask for help!" That person surely will realize they are a monster if they apply the same logic they were taught.

Many times this leads to a severe depression, suicidal tendencies/ideations, constant paranoia, pushing people around them away. A condition that isolates the person from most of society (due to stigma and prejudice) has as a consequence that person makes a choice of isolating themselves even further from family and friends. Generating thus a feeling of rejection and abandonment that are quite strong.

It is not uncommon to find out that many pedophiles have tried to commit suicide. Some when they were 14 to 16 years old. It may be hard to imagine what a teenager at those ages must feel to try and commit suicide. The feeling of self-hate, self-loathing and rage directed at themselves. The feeling of isolation for believing, not without logic, that by revealing how they think and feel they can be rejected instantly by their family and friends. The fear of being outed and that it gets around. "John (Jane) Doe is a pedophile." That their lives are over even before they even had a chance to begin.
Those particular paragraphs are very important as what I described in them were confirmed to me last night. They were confirmed by a person, a pedophile, that was about to commit suicide. Not only that but that person also wanted to self-harm as a form of punishment. A punishment for being a pedophile and feeling sexually attracted to children.

I had talked to that person before. He is a good person, albeit a bit stubborn, but smart and likable. He goes to university and, as far as it is possible to imagine, has a good life ahead of him. However I had previously come to know he had attempted suicide before. Also that he had self-harmed before due to the same issues (pedophilia).

Having myself attempted suicide at the age of 15, due to my condition, I could understand his feelings perfectly. Not only that but I was also able to empathize with him due to my current depression and, occasional, suicidal ideations. On his case though there were a couple of sources for his anguish and despair:

He couldn’t accept his sexual attractions towards children. He considered himself a monster (sounds familiar?) for having those attractions.
He couldn’t imagine his life if his family were to find out one day. He is deeply afraid of becoming a deception for his father, mainly, and also his mother. Just as he was afraid of being rejected and abandoned by them.

By describing himself that way, as a monster, and by revealing his fears of abandonment and rejection, by his parents, I couldn’t help but recognize the similarities with the feelings of many other pedophiles I have met. Actually I couldn’t help but see myself as him a few years back.

I can understand the natural aversion people have when hearing someone discuss their sexual attractions to children. I understand it is not an easy topic to be discussed and that it can be quite polemic. However the subject is a reality. People attracted, sexually, to children are also a fact. Refusing to deal with the subject, in a rational matter, only generates harm.

Why harm? Well, firstly because by avoiding the subject we risk the possibility of more children being abused. As mentioned here the majority of children sexual abusers (about 80%) are not pedophiles. That means, by exclusion, that about 20% are pedophiles. Those pedophiles, had they had a chance to ask for help and be understood, could have avoided abusing their victims. This would mean several children would not have been abused in the first place.

Secondly because there are several people that have sexual attractions towards children that are suffering from it. It seems easy to nonchalantly hate those people, feel aversion of them and not have empathy towards them. Even with a lack of empathy it is an undisputable fact that those people have feelings and that, many times, especially early in their lives, they suffer from depression and other conditions.

It seems to me that, on a general way, the discussion regarding pedophilia can only bring benefit to society, children and pedophiles. That is if it is possible to have a society-level discussion in a rational manner. Talking online, for instance on Twitter, to people it is possible to witness the slew of curses and bigotry directed at pedophiles. Even to pedophiles that never abused a child in their lives. Or even those who abused a child but repent and wish to never do so again.

Back to the topic of the young man I was talking to last night one thing was clear and, although it didn’t surprise me, shocked me. When I asked him, as I had done previously, why he thought he was a monster his answer was: “This is something my dad always told me. He is a lawyer and always mentions that pedophile should be incarcerated for life or shot dead. They are monsters!”

I had discussed the matter of pedophilia happening in your family before. In fact this opinion the young man’s father said fits perfectly here:

People like you usually tend to express their opinions in a clear manner to their own families. I would imagine you have already professed, on other family occasions, that "pedophiles" are monsters and should die. So, that teenager that could have used your support and friendly advice won’t have support. That person will have a life filled with conflicts and fear and depression and suicidal tendencies, among other things. A very sad fact.

Indeed a very sad fact. Inadvertently the young man’s father ended up creating in him a pattern. A pattern of irrational hate towards pedophiles. Of course his father would never imagine his son would be a pedophile. On one side this young man believes he is on a good path (university) and that he is a good person. He dreams of getting married and having children. On the other hand he feels an immense hatred towards himself as he is a pedophile.

This hatred, inherited from his father feelings and opinions, is one of the reasons for his previous, and current, suicide attempts. How much have we inherited from our parents? Besides genetics of course. Our opinions as children are directly molded by our parents. When we reach adolescence we start to change some of that but not all. Thus it seems reasonable that some of the opinions we now have as adults are inherited from our parents.

That issue, that knowledge is handed down to us by our parents or society in general, is essential. We need to have the perception to realize which notions and opinions we have were preconceived and transmitted to us. On those cases we should be able to challenge those opinions, rationally, and form our own opinions. By doing that we enact changes in society’s way of thinking.

The other reason that caused fear, anguish and depression on that young man was the fact he believed, wholeheartedly, he would never be able to tell his parents about himself. Mainly due to his father’s opinion about pedophiles. That led him to believe that no non-pedophile person would be able to understand and accept him. That all non-pedophile people would share the same opinion – that pedophiles are monsters.

During our long talk I tried to get him to call a suicidal hotline or to go to his campus’ infirmary. He refused to do both, out of fear they would find out about his pedophilia, so I then tried to convince him to call a friend.

He opted to call a female friend of his who invited him over to her place so they could talk. He said his goodbyes to me stating he would go to her place. I will admit that, initially, I was worried he had lied to me and he was going somewhere to kill himself. Unfortunately there was nothing I could do from distance.

On the following day I received great news! In fact such good news were the reason why I am writing this blog entry. That young man managed to open up to his friend. He told her about his attractions and how he felt like a monster due to them. The friend’s reaction? She hugged him and said attractions are not chosen, that he wasn’t a monster for having them and that he should accept them and move on with his life. That she believed he would make a great father one day and she felt confident to, one day, leave her kids under his care.

People like this female friend of his are rare and, due to that, should get even more recognition. That friend of his did, what I and many other pedophiles, have asked: Had empathy and compassion and the ability to challenge society’s prejudice towards pedophilia and pedophiles. People like her should be celebrated and held in high regards.

What that young man did was risky? Yes, it was. He didn’t know how his friend would react. If she had had a negative reaction, and the odds were stacked up that way, he would have committed suicide. However he was lucky (or you may call it fate) enough to share his secret with someone who was able to help and support him. Someone who was able to make him feel better about himself and his situation.

That young man stated afterwards that hearing in real life what many of his virtual friends had already said to him before made a huge difference. In the online support group he is a part of many other pedophiles said to him he wasn’t a monster as his attractions weren’t chosen and he should accept them and move on. However accomplishing that was difficult for him as he had already internalized his father’s prejudices. Hearing that from someone he cares for in real life, however, made all the difference.

Now a life was saved yesterday. Not by my intervention but due to the young man’s friend’s intervention. Of course I am happy to have been able to stop him from committing suicide at the beginning and that he chose to go to this friend’s house. However I cannot stress enough that his friend is the main reason why that person is alive today. That friend was truly a friend.

How she managed that? I mentioned it before: empathy, compassion and the ability to rationally challenge society’s prejudices when it comes to pedophilia and pedophiles.

What about you? Can you do the same?



   










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